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Nascimento de filhote de tubarão surpreendeu os pesquisadores

Editoria: Vininha F. Carvalho 05/07/2013

O nascimento de um tubarão-lixa (Ginglymostoma cirratum) no tanque do Centro de Visitantes do Projeto Tamar, na Praia do Forte, surpreendeu os pesquisadores. Com 26 cm de comprimento, o filhote já estava nadando quando foi identificado, no começo do mês.

Segundo a médica veterinária, Thaís Pires, do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação das Tartarugas Marinhas (Tamar), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), animais selvagens dificilmente se reproduzem em cativeiro.

O nascimento de filhotes pode indicar que os exemplares estão se sentindo bem, mesmo fora de seu ambiente natural. O novo tubarão está em observação e já se alimenta de pedaços de lulas.

Capturados incidentalmente por pescadores há dez anos, os tubarões ajudam no trabalho de sensibilização e educação ambiental realizado com os visitantes e as comunidades que colaboram com o Tamar.

A espécie corre risco de extinção e no Centro de Visitantes tem a função de chamar atenção para a importância de proteger as praias, mares e oceanos.

As pessoas podem conferir de perto que os animais são amigos das tartarugas marinhas e com elas compartilham o habitat e as ameaças à sobrevivência.

A captura incidental é considerada, atualmente, a principal ameaça às populações de tartarugas marinhas e outros animais também sofrem as consequências.

No Brasil, assim como no resto do mundo, a pesca do arrasto do camarão e com espinhéis em alto mar são dois dos principais tipos que interagem com as tartarugas.


- Tubarão-lixa:

Essa é uma espécie ovovivípara, o que significa que produz ovos que se desenvolvem e eclodem dentro do corpo da fêmea. Logo após nascerem, os filhotes já estão prontos para enfrentar os desafios para sua sobrevivência sem auxilio da mãe (assim como as tartarugas marinhas). Podem nascer de 21 a 50 indivíduos, com uma média de 34, aproximadamente.

No Tamar nasceu apenas um, por enquanto, explica a médica veterinária. "Encontramos cascas no fundo do tanque e ainda podem ter ovos a eclodir. Alguns ovos podem ser inférteis. Vamos observar e dar notícias sobre o desenvolvimento do filhote", conta a médica veterinária.

As fêmeas de tubarão-lixa podem acasalar várias vezes com diferentes parceiros. Havia cinco machos quando a fêmea do tanque no Centro de Visitantes foi fecundada. O acasalamento pode acontecer a cada dois anos. Os tubarões mais jovens têm uma coloração diferenciada dos adultos, com pintinhas escuras pelo corpo.

Ao nascer, os filhotes precisam enfrentar os perigos sem os cuidados da mãe. A coloração diferente permite que se camuflem, ficando quase invisíveis. Quando atingem uma média de 60 cm vão perdendo as pintinhas e ficando com uma coloração marrom-amarelado escuro. Os machos chegam à fase adulta entre 2,14 e 2,15 metros, e as fêmeas entre 2,23 e 2,31 metros.

O tubarão-lixa ocorre em toda costa brasileira e é amplamente distribuído no Oceano Atlântico tropical e subtropical. Vive no fundo de areia, próximo a rochas e corais em águas mornas, desde a superfície até uma profundidade de 60 metros. Possui hábitos noturnos e permanece imóvel por horas durante o dia. Alimenta- se de moluscos, crustáceos e peixes, que captura por sucção.

Fonte: ICMBio