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Jaguatirica é filmada em área adotada no Paraná

Editoria: Vininha F. Carvalho 16/03/2012

Uma jaguatirica e uma irara foram flagradas, em uma propriedade em Bocaiuva do Sul, Paraná. Os registros foram feitos nos dias 12, 13 e 21 de fevereiro. Há três anos, a propriedade Cerro das Flores faz parte do Programa Desmatamento Evitado (PDE) da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) e possui 100 hectares de área adotada. As imagens foram registradas com uma câmera fotográfica acoplada a um sensor capaz de identificar a presença de animais.

A jaguatirica encontra-se ameaçada em toda a sua área de distribuição devido ao desmatamento e à caça para o comércio ilegal de peles. O animal ocupa uma grande variedade de habitats e alimenta-se principalmente de pequenos mamíferos, como roedores e também aves, serpentes, lagartos e até mesmo jovens de veados e porcos-do-mato.

De acordo com Denilson Cardoso, coordenador do PDE, essa aparição é importante porque a jaguatirica não é uma espécie comum de ser encontrada.

“Isso demonstra que a conservação das áreas pode nos trazer inúmeras surpresas e que a ação de proteção que estamos fazendo é significativa, maior do que conseguimos ver de imediato. Propriedades como essa poderiam servir de grande sitio de pesquisa para universidades”, ressalta.

Além da jaguatirica, a câmera oculta também registrou uma irara na propriedade. Fora da lista de animais ameaçados de extinção no Paraná, a irara (Eira barbara) tem um aspecto semelhante às martas e fuinhas, podendo atingir 60 cm de comprimento, não incluindo a cauda, que sozinha chega a 47 cm.

A irara, também conhecida no Brasil de papa-mel, tem corpo esguio, o pescoço alongado e as pernas compridas. Habita as florestas e também os campos. Predominantemente diurna, possui costumes solitários e apresenta grande agilidade, podendo nadar e escalar com facilidade. Tem ampla distribuição e é considerada um dos predadores de médio-porte mais abundantes onde ocorre. O desmatamento é a principal ameaça à espécie.

Programa Desmatamento Evitado:

Adaptado do projeto de Adoção de Áreas que teve a sua primeira iniciativa em 2003 com a Posigraf, empresa do Grupo Positivo, o Programa Desmatamento Evitado foi concebido, a partir de 2007, e consiste na adoção de áreas particulares em bom estado de conservação, por meio do repasse financeiro, oriundo de empresas parceiras, aos proprietários dessas áreas, para que mantenham seus esforços de proteção, aliado ao subsídio técnico-científico prestado pela SPVS.

Esta foi a maneira encontrada pela SPVS para estimular a preservação de remanescentes de florestas ameaçadas como a Floresta com Araucária, uma formação específica da Mata Atlântica.

O projeto gera resultados ambientais, econômicos e sociais, pois, ao se conservar áreas naturais, mantêm a biodiversidade e os serviços ambientais essenciais para a vida no planeta, fomenta o combate às mudanças climáticas decorrentes de ações antropogênicas, além de contribuir na geração de empregos e na manutenção das famílias nas áreas preservadas.

O PDE também tem a intenção de desenvolver modelos que inspirem a criação de políticas públicas para geração de escala e perenidade para as ações de conservação e apoio aos remanescentes naturais, bem como o intuito de incentivar os proprietários a transformarem as suas propriedades em Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN), mecanismo para conservação de áreas privadas.

Em 2011, o PDE alcançou resultados expressivos para a conservação da natureza, entre eles a adoção de 1.650 hectares de Floresta com Araucária, distribuídos em sete novas áreas, totalizando 4.100 hectares preservados, em 28 áreas. Destas, seis estão em processo ou já são RPPNs, por meio do apoio do Programa.

Fonte: Juliana Lima