Editoria: Vininha F. Carvalho 03/02/2006
Pássaros de aspecto moderno que parecem gansos ou patos foram contemporâneos dos dinossauros há 70 milhões de anos, jogando por terra a teoria de que teriam surgido mais tarde. A revelação foi feita por uma equipe americana-argentina à revista Nature.
Os cientistas, que trabalharam sob a direção de Julia Clarke, da Universidade de Carolina do Norte, em Raleigh (EUA), baseiam sua afirmação na descoberta na Antártica ocidental de um longínquo parente dos anseriformes atuais (pássaros aquáticos com o bico plano, como os gansos, os patos ou cisnes). O frágil fóssil recebeu o nome científico de Vegavis iaai, pela ilha onde foi descoberto, Vega, e pelas siglas do IAA - Instituto Antártico Argentino, que o descobriram.
Para Julia Clarke e seus colegas, os restos bastante completos (vértebras torácicas e cervicais, úmero, fêmur...) deste pássaro constituem "a prova definitiva" do nascimento moderno dos cretáceos (último período da Era Secundária, cujo final foi marcado pela extinção dos dinossauros, há 65 milhões de anos).
Segundo as hipóteses apresentadas até agora, o "big bang" dos pássaros só teria acontecido na Era Terciária, lembram os pesquisadores. Alvo de uma longa evolução, os pássaros descendem aparentemente do archaeopteryx, espécie primitiva do tamanho de uma pomba que tinha semelhanças com os pequenos dinossauros, do que procederia. Viveu no Jurássico, há 150 milhões de anos.
